Ontem me lembrei que faz tempo que não escrevo aqui e, apesar de ter um texto novo na cabeça, pensei que vou publicar algumas coisas que escrevi no Ateliê de Escrita - o ciclo fechou, mas ainda dá para dar umas voltas.
Lendo os textos, que reza a lenda dois serão publicados em uma antologia que eu realmente não estou com a mesma empolgação do resto da galera hmmm e isso realmente não me incomoda.
Enfim, resgatei um que fiz para o módulo de humor, com o querido Marcelo Maluf, e acabei não expondo porque achei que destoava daquilo que as pessoas estavam rindo gostando quando eu lia.
Ele é curtinho, meio confessional, e, realmente, não espero que vocês, três ou quatro que ainda frequentam aqui, gostem!
Verdade ou amizade?
A vida me ensinou, aos trancos e barrancos, que os dois não dá para ser.
Eu sou autista [isto não é um palavrão, acreditem!] e esse transtorno é um dom e uma maldição - como me ensinou o velho Monk. Eu tenho hipersensibilidade sensorial de todos os tipos [som, olfato, paladar, toque, visual, deve ter mais, mas eu também sou TDAH e esqueci] e isso é um dom - e também uma maldição.
Mas isto seria assunto para outra escrita, afinal estamos no módulo de Humor, e nada mais engraçado do que chegar a conclusão que você ou age com sinceridade [na vida, na sociedade, no universo em desencanto] ou você vai existir fuckin´alone [na vida, na sociedade, no universo em desencanto]. Porque este dom [ou maldição, você decide!] vai afastar pessoas e vai te excluir de qualquer grupo social.
Uma das características do autismo é não ter freios [acredite, já escutei isso quando vivia uma vida normal kkkrying], é não conseguir praticar um esporte tão popular no Brasil, o small talk, e isso, acredite, te afasta das pessoas.
Diante desta reflexão eu fico com um dilema: valeria à pena eu voltar a viver como o finado Lemmy, do Motörhead, bebendo como se não houvesse amanhã e cercado de amizades, ou sigo sóbrio e vegano, como o Moby, e morro sozinho?
Viver é morrer um pouco a cada dia, disse aquele post daquela tia naquela rede social [quais?] onde as pessoas fingem [MUITO bem] ser felizes. Não deve ter sido a Clarice Lispector que disse a tal frase, mas acho que aos poucos eu fiz a minha escolha. E aqui estou, sozinho, para dividir com vocês.
Ei, espera aí, não vai embora…
ps* deguste o post ao som de Radiohead - se você me perguntou qual, te respondo: qualquer uma, bb!
Eu não sou autista, (apesar que as vezes sei la) mesmo assim vivo sozinha. É muito difícil encontrar alguém que seja da minha idade e goste das mesmas coisas que eu, entenda as minhas piadas, e tenha conversas interessantes.